quinta-feira, 8 de setembro de 2011

"Bom de iluminar é o cabelo da Elba Ramalho"

A frase do título é de meu célebre colega Peter Gasper. Traduz com humor algo muito fundamental no cotidiano de quem trabalha com iluminação: determinadas coisas amam a luz, outras menos, outras nada. "Pacas, pouco ou picas". Não adianta forçar a barra.

Vemos com muita frequência nas revistas projetos de iluminação com resultados visuais espetaculares que resultam mais da natureza em sí da arquitetura iluminada do que da maestria da solução luminotécnica. Louis Khan já afirmava que toda arquitetura expande a sua própria luz, como parte indissociável de sua natureza.

Enquanto venho concentrando meu diálogo profissional majoritariamente em arquiteturas "de arquitetos mortos", muitas das quais se assemelham ao cabelo da Elba, observo quão árduo é o trabalho dos lighting designers ao intervirem na produção arquitetônica contemporânea brasileira. Isto se agrava ainda mais nas intervenções nas novas infraestruturas urbanas, estruturas antes conhecidas como "obras de arte", nas quais hoje vê-se muito mais PACs do que pacas. Estruturas de grande porte reduzidas à sua expressão estritamente funcional, com muito pouco apuro estético. Aí fica um pouco mais difícil. Beleza: picas!

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